sexta-feira, maio 01, 2009

SARAU!

Uma coisa que eu penso que as vezes cansa dentro da educação é o que eu chamo de "ciclo do eterno retorno". O que é? Resumidamente, é assim: educar é difícil. Muito. Há um desgaste muito grande de energia mental, física, psíquica, principalmente nos primeiros anos, nos primeiros contatos com a turma. Os alunos testam você, a sua capacidade intelectual, a sua condição de liderança dentro da sala de aula, de mediador de conflito, a sua paciência. Eles não o conhecem, você não os conhece. Durante um bom tempo isso irá gerar conflitos, atritos; gritos, desgaste, perda de paciência, cansaço, desânimo e vontade de desistir.


Depois de um tempo, principalmente com a mesma turma, as coisas vão mudando, melhorando, aos poucos. Eles passam a conhecê-lo, você os conhece. Sabe as dificuldades e qualidades de cada um, sabe o jeito, a postura, a atitude de cada um frente o dia-a-dia na sala de aula, frente as diferentes situações. Você aprende como lidar melhor com cada um, a maneira como deve falar com fulano, como pode abordar o ciclano. Até onde pode ir e exigir de todos, mas também individualmente. E aí começa o barato da coisa. É aí onde fica melhor.


Mas ter passado por tudo isso - um processo que dura, no mínimo uns três anos, na minha opinião e que depende se você está com a mesma turma, não garante que você não vai ter que passar pelos conflitos, gritos, desgaste, perda de paciência, cansaço, desânimo e vontade de desistir. Pois é só pegar uma turma nova que tudo vai (re)surgir: os desafios, as dificuldades. Pois sempre haverá novas crianças e adolescentes para educar. Este é o "ciclo do eterno retorno".


E ele é cansativo. Demais. Pois como eu disse, educar é difícil. Se é difícil para os pais com um, dois ou três filhos em casa - quer dizer, isso para os pais que se comprometem a educar os filhos, a maioria prefere abandoná-los a própria sorte, independente de cor, credo, religião ou classe social - imagine para um professor em condições totalmente adversas, pensando em estrutura, apoio pedagógico, preparação, formação e com turmas de trinta e cinco a quarenta alunos - quando não mais? É uma loucura, ou melhor, diria uma violência. Para ambas as partes.


Mas se o título da postagem é SARAU!, por que estou dizendo tudo isso? Pois pegar as turmas novas também tem uma coisa boa: ensinar o novo. Não que não seja possível ensinar para turmas já conhecidas, nada disso. Há sempre o que ensinar e há sempre o que aprender. Para ambos os lados do front. Mas, como eu disse, quando a turma é conhecida, os macetes, as técnicas, algo também já é conhecido. Há a possibilidade de surpreender - sempre! - mas vai ficando talvez mais raro. Mais difícil (mais desafio). E as turminhas novas talvez não. Há muito para se mostrar para elas. Principalmente depois de um tempo que você vai ficando mais apurado no seu trabalho, reparando os erros e fazendo um trabalho com mais qualidade. E isso foi legal esta semana, quando fiz o primeiro sarau com as minhas turmas de quinta série. Foi muito bacana, eles curtiram massa, decoraram os poemas, criaram cartazes e, fizemos leituras bem bacanas. O resultado vocês vêem nas fotos.



Pena que a qualidade não ficou boa pois eu tive que tirar com o meu celular - esqueci a máquina. Mas, tudo bem. Teremos outras oportunidades... Confira aí:













Nenhum comentário: