sábado, junho 20, 2009

DESAVISO

Não sou um poeta
Eu sou uma farsa
E como farsante
Conto verdadeiras histórias
Escrevo poemas
Pra castigar a memória
Glorifico os vencidos
Para macular a vitória
Não sou um poeta
Eu sou uma farsa!

Não sou um poeta
Eu sou uma farsa
Preocupa-me sim
A rima, a métrica,
O verso, a técnica, a palavra,
Mas preocupa-me mesmo
É o SUJEITO!
Por ele até abdico
Da suposta pretensão de ser poeta
E me contento apenas com isso,
Com a farsa.

Não sou um poeta
Eu sou uma farsa
E como farsante, eu sou exigente!
Não quero saber do escritor, do poeta
Que não concilie sua palavra com a prática
Que não seja o artista-cidadão
Que ignore os preconceitos, a desigualdade,
A Ética, o Amor.
Não quero saber do escritor, do poeta
Que decrete o Fim da História,
Do meu Idealismo e de todas as
Ideologias.

Sem isso, o que sobra é punhetagem!
Nem o poeta
Nem a farsa.

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