sexta-feira, novembro 20, 2015

15 DIAS

15 dias. O que foram os últimos 15 dias? Não sei. Não deu tempo muitas vezes pra pensar. Pra falar. Pra responder. O lance é: você tem um trabalho a fazer. Vá lá e faça. E foi corrido. Foi difícil. Deixei de dormir. Deixei de estar com minha esposa e filha. Deixei de fazer o "fafezinho delícia" pra minha pequena. Mas foi necessário. Foi imprescindível. E deu tudo certo. E o prazer de se colocar uma meta e cumpri-la e atingi-la e ver tudo dar certo é inestimável. Em junho, exonerei, pela segunda vez, meu segundo cargo na rede pública. Não foi renúncia, foi escolha: como seguir caminhando na evolução? Ney Matogrosso canta que "Darcy fugiu do hospital para se tratar". Eu estava saindo da escola para educar. A sala de aula ficou pequena. Meu campo de educação é a escola e o mundão. E que lindo. De junho pra cá, mais de 70 atividades diferentes em escolas, espaços educativos. Entre saraus, palestras, debates, formações. Sem contar o trabalho cotidiano, semanal com os Mesquiteiros. Que segue tinindo. Mas estes 15 dias. Foram os mais difíceis. Feira do Livro em São Miguel: 03 dias, 12, 14 horas de trampo. Na rua, na Biqueira. Pega caixa, leva caixa, monta banca, desmonta banca. Trabalho braçal camara. E da hora. Eu gosto. Depois palestras: Guarapiranga, Interlagos, Centro, Itaim Paulista, Pinheiros. E faz sarau: na Sul, na Leste, no Centro. E roda fácil, brincando: mais de 2.000km em 15 dias. Bem mais. E edita livro: separa texto, faz revisão, manda pra diagramação: e encurta prazo, e estoura prazo, e procura gráfica, e pressiona gráfica, e pede clemência pra gráfica: ajuda. Ajuda veio. Aos 45 do segundo tempo, livro pronto, sim. E faz lançamento, sessão de autógrafos e ops: já estamos na segunda feira. Isso, segunda feira do livro, em menos de 10 dias. Monta caixa, coloca livro, leva nas costas, atravessa cidade, monta banca, monta biqueira. 02 dias, 14 horas de trampo ininterrupto na feira. E faz sarau, e faz palestra. E agita a galera. E presta contas: cara, prazo acabando. Você tem que prestar contas do Proac. "Mas eu tô sem tempo. Daí eu lembro. A noite serve pra quê? Madruga serve pra quê?". Trabalhar. O corpo dolorido, precisando dormir. Mas, bóra trabalhar. Dormir 04 horas na noite, acordar as 04, pra terminar o trampo até as sete. E pega nota, e faz calculo. E separa foto. E imprimi relatório. E confere. Último dia. Nada pode dar errado. E tem ligação. E tem email. E tem zapzap cobrando. E tem o mundão caindo. As crianças revolucionando, levantando, fechando as escolas para construção. E vai dar tempo. Eu consigo. Tô vendo a linha de chegada. Eu sou zica. Eu consigo. Eu consigo. E consegui.

Queria dizer que tô vivo. Feliz. Foi muito trampo, ansiedade, loucura. Insanidade. Em alguns momentos duvidei, jamais parei. E consegui. E a alegria de fazer tudo isso e agora poder baixar um pouco a bola, curtir a família. Não tem preço.

A você que deixei no vácuo, a você que não retornei a mensagem, o email. Foi mal. Não é proposital, não é pessoal. As vezes, algumas coisas passam, não damos conta. Depois que saí da escola, foi muito medo e insegurança das coisas não acontecerem. De não conseguir dar conta. Peguei trabalho demais, trabalho em excesso. Mas trabalho. E que coisa boa é ter trabalho. Principalmente quando você faz aquilo que ama, que escolheu.

Seguimos.

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